quarta-feira, 13 de novembro de 2013

VI A QUARTA QUERENDO MORRER #5

Por Admilson Santa Cruz


Silicone Verde


Ela em casa, deitada preguiçosamente vagueava pensamentos olhando pela janela, até o rádio lhe fitar...
Palavras nunca vão conseguir disfarçar aquilo que alguém já sabe, nem tudo deve ser dito, nem todas as palavras expressarão a verdade. Sou difícil de domesticar, tenho medo, sendo assim, um dia tudo que guardamos com tanto zelo será quebrado por tolices, e tudo que desde novo foi tomado pela velhice... Virá!

“O que transforma o velho no novo bendito fruto do povo será.
E a única forma que pode ser norma é nenhuma regra ter;
É nunca fazer nada que o mestre mandar.
Sempre desobedecer nunca reverenciar.
                                                                          Como o diabo gosta - Belchior


A melhor forma de não sentir e fingir que não sente, e se todo sentimento é ilusão não deveria me preocupar. Fico sempre assim quando o fim do ano se aproxima. E foi tão rápido que acho eu ninguém viu, nem mesmo deu tempo para voltar atrás, então, não podemos ter arrependimentos, é ilusão nada aconteceu.

“Bem no fim do dia
Quem iria acreditar
Te vi por um instante ali ao lado
Linda névoa viva, eu vi passar
Apenas mais um sonho de verão
Não fosse o céu manchado de batom
Que não me faz dormir
Não me deixa acordar
Mas gela minha cara....
E estamos sós num sonho que eu sonhei
Estamos sós num sonho
É só um sonho”
Fim do dia – Nei Lisboa

Ela acaricia seu cabelos, e não entende como pensa o mesmo, coisas que só ela entendia, silicone verde seria o nome, se isso fosse uma canção.